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Capítulo 30 — O Homem que Calculava

No incrível livro O Homem que Calculava, Júlio César de Mello e Souza (Malba Tahan) conta a história de Hanak Tade Maia, que viajava de Samarra a Baghdad quando conheceu Beremiz Samir, um jovem e talentoso matemático. Ao longo da sua jornada, ambos enfrentam inúmeros incidentes e desafios, resolvendo-os através da “magia” da matemática.
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Capítulo 30 — O Homem que Calculava
Capítulo 30 — O Homem que Calculava

No incrível livro O Homem que Calculava, Júlio César de Mello e Souza (Malba Tahan) conta a história de Hanak Tade Maia, que viajava de Samarra a Baghdad quando conheceu Beremiz Samir, um jovem e talentoso matemático. Ao longo da sua jornada, ambos enfrentam inúmeros incidentes e desafios, resolvendo-os através da “magia” da matemática.

Em um desses incidentes, ambos encontram três irmãos cujo pai havia falecido e deixado uma herança de 35 camelos, dos quais 1/2 deles (17,5 camelos) deveriam ir para o mais velho, 1/3 (11,666 camelos) para o filho do meio e 1/9 (3,888 camelos) para o mais novo. Como os irmãos disputavam sobre como dividir a herança dado os números fracionados, Beremiz, o jovem matemático, convence Hanak a doar um de seus camelos para os irmãos, para assim facilitar a partilha.

Agora com 36 camelos, o irmão mais velho ficava com 18 animais (1/2), o do meio com 12 (1/3) e o mais novo com 4 (1/9). Como sobraram dois camelos, Beremiz devolveu um camelo para Hanak, e ainda ficou com um animal para ele.

Essa é a mágica que todo grande empreendedor faz com os recursos de sua empresa: ele cria valor quando tudo parece perdido. Quando todos os competidores pagam os fornecedores em 30 dias e recebem dos clientes em 90 dias, ele faz com que fornecedores recebam em 60 dias e clientes paguem em 30 dias. Quando todos na industria praticam um markup de 2x, ele tira da cartola 3x.

Na prática, lançar mão de recursos como estes tem impacto direto sobre a margem operacional de uma startup; sempre que esta e o ciclo de capital de giro são saudáveis, ou prometem sê-lo em um futuro próximo, vale a pena financiar o crescimento. Isso significa invariavelmente incorrer em um cash burn, ou seja “queimar” mais caixa do que o negócio gera operacionalmente.

O grande paradigma é definir qual o montante ideal de cash burn. Gastar muito, traz ineficiências e desperdícios. Gastar pouco não gera a aceleração necessária para sair de órbita. Ambos levam a empresa a derrocada.

Calcular qual a medida certa de cash burn, consequentemente do cash runway (o período que leva para a empresa usar toda sua reserva de caixa) é a missão matemática de todos empreendedores e investidores.

Você calcula?

Edson Rigonatti

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Edson Rigonatti

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