Todos os humanos fazem só 4 coisas na vida: eles dormem, eles se arrumam, eles se entretêm e eles trabalham. A diferença entre eles é que em relação ao trabalho, a maioria tem um emprego, alguns uma carreira e uns poucos um “chamado divino”.
Essa relação com o trabalho e o consequente potencial de cada talento, esta intimamente ligada à conjunção do significado DO trabalho: o que o meu trabalho significa para mim; com o significado NO trabalho: como me sinto na empresa em que trabalho.
Como empreendedores na batalha contra El Enemigo, a maneira como construímos o ambiente de trabalho espelha nossas atitudes em relação aos talentos, bem como ao mundo que queremos criar — afinal estamos nessa jornada para mudar o mundo, não?
O desafio do herói é maximizar os dois significados para todos aqueles que o acompanham na jornada. O trabalho deve propiciar tanto o pão nosso de cada dia, como o significado nosso de cada dia. É sim dinheiro, mas reconhecimento e realização também.
Podemos contar com duas ferramentas para enfrentar esse desafio. Para gerenciar o significado DO trabalho, podemos contar com a Pirâmide de Maslow. Para influenciar o significado NO trabalho, temos que gerenciar o fator VUCA.
Tanto Larry Page (vide atributo) quanto Andy Grove (vide atributo), assim como a maioria dos líderes e empresas que dominaram a gestão de talentos, se guiavam pela Pirâmide de Maslow para arquitetar e manter o ambiente de trabalho.
Para Maslow, a motivação de um indivíduo está relacionada com seus desejos, que se tornam necessidades, que por sua vez impulsionam a vontade de agir. Na base da pirâmide, temos os desejos básicos de sobrevivência. Conquistada essa segurança, partimos em busca do sucesso nas nossas relações sociais. E então seguimos em busca da nossa auto-realização.
Como um desejo realizado para de servir de fonte de motivação, temos que constantemente provocar desejos insatisfeitos em todos nossos colaboradores. O nosso esforço em provocar apenas cessa quando os talentos atingem o topo da pirâmide. A partir daí, o motor motivacional passa ser o desejo do próprio indivíduo de buscar o seu melhor, a sua auto-realização.
Enquanto Maslow nos guia na busca pelo significado DO trabalho para cada talento, temos que ajustar os papéis e responsabilidades de cada talento à quanta volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (o fator VUCA) ela está pronto para suportar, para que cada pessoa ache significado NO trabalho.
Isso quer dizer que para criar uma máquina escalável, em que cada talento produza seu máximo, você tem que fazer algo que não escala: customizar o seu estilo de gestão a cada talento, definindo o papel para as características de cada jogador (um atacante não é igual a outro!) e provocando os desejos de cada um continuamente. Você tem que ser como aquela professora que mais te impactou na vida: cuidar de cada aluno como se ele fosse único e especial.
Aumentando o seu repertório:
- Como aplicar Maslow na prática: Peak — How Great Companies Get Their Mojo from Maslow
- Como aplicar coaching na prática: Wooden — A Lifetime of Observations and Reflections On and Off the Court
- Entendendo a auto-realização feminina: Personal Best
- Entendendo a auto-realização masculina: Whiplash
Criar e manter um ambiente de trabalho que leve seus talentos a seus potenciais máximos não é fácil, mas você pode começar listando os motivos que fariam alguém se juntar e trabalhar com você, assim como fez o Google: Top 10 reasons for working at Google.
Qual é seu mojo?
