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Meu texto de estreia no blog da Astella é sobre Captable, um tema muito discutido internamente na equipe Astella, e um fator crítico na análise de investimento em Startups. O objetivo deste texto é compartilhar como olhamos sobre a importância desse assunto para investidores e, principalmente, para fundadores de Startup que buscam financiamento via Venture Capital.
Um dos conceitos primordiais para fundadores que buscam investimentos de Venture Capital é o “stage financing”. Esse modelo de financiamento prevê que a cada estágio da Startups há um objetivo a ser conquistado pelo negócio — ou um milestone — e que cada milestone necessitará de um universo de montante de capital para chegar neste objetivo. Derivado disso, há uma regra para diluição e valuation de cada rodada.
Nos últimos anos o volume de capital investido em Startups aumentou no Brasil, assim como a informação sobre cases de empresas bem sucedidas e, também, entendimento sobre incentivos a equipe fundadora e captable das startups. Dito isso, investidores esclarecidos e experientes entendem a importância de se ter um captable favorável para rodadas seguintes e que incentive os fundadores e sua equipe a gerar valor ao negócio.
De acordo com o amplo estudo da Carta, que analisa dados de milhares de captables de empresas financiadas por Venture Capital, a primeira conclusão é que a diluição média por rodada é previsível. Analisando as informações dos quadros acionários é visto que leva até após a rodada de Series-A para os empreendedores não terem a maioria das ações da empresa:

Outras conclusões do estudo que valem ser mencionadas:
- No estágios de Series-A é onde ocorre a maior diluição.
- A cada rodada é reservado e ampliado o programa de ações da empresa para planos de opções de compra de ações para funcionários-chave.
- No estágio de uma Series-D, é esperado que as participações estejam divididas em:
- Equipe fundadora com 11% a 17%
- Equipe de funcionários-chave com 17% a 21%
- Investidores com até 70% de participação
Junto à evolução do Captable e novas rodadas, é esperada a geração de valor à companhia. A imagem abaixo mostra a tabela do Napkin da Astella mostra a evolução do Pre-money valuation do mesmo estudo. O material expressa nossa leitura do mercado brasileiro em 2025 e 2026 - (recomendo ler o post do Napkin na íntegra com mais detalhes e melhor referência sobre como utilizá-lo).

Outro estudo, da Blossom Street Ventures, mostra que que cada fundador de empresas investidas por VC nos Estados Unidos, possuíam, na mediana, 9% de participação de suas empresas no momento do IPO (Oferta Pública de Ações). Independente do baixo valor percentual, o valor de mercado desta participação são alto, na mediana, cada fundador saiu com um equity no montante financeiro de US$ 269 milhões. Outro dado relevante é que leva em média 9 anos para o exit por IPO das grandes empresas de tecnologia.
